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O gogó de ouro de Maurício Manfrini

Em cartaz no Teatro dos Grandes Atores, ator enfileira um trabalho atrás do outro no cinema e na TV

Maurício Manfrini está a cerca de oito quilômetros do asfalto. Mais precisamente em Campo Alegre, bairro do município de Nova Iguaçu. Cercado de ovelhas, pôneis, vacas, galinhas e mais um punhado de animais, ele repousa no quarto do sítio onde mora, assistindo à TV, antes de atender ao telefone para dar esta entrevista. O celular não pega direito e a internet menos ainda. Barulho, só de passarinho. Um ambiente muito diferente do bar em que fez um recorte das histórias que escutava para criar o personagem que mudaria seu destino. Foi num botequim em São Cristóvão, próximo à rádio Tupi, onde trabalhava, que, de tanto escutar resenha, resolveu criar o personagem Paulinho Gogó. Até a voz ele copiou de um dos frequentadores. “Criei o personagem que vai mudar a história da minha família”, vaticinou para um amigo, assim que teve a ideia de dar vida a Paulinho Gogó.

Mudou!

Além do humorístico “A praça é nossa”, onde desde 2004 faz o apresentador Carlos Alberto de Nóbrega passar mal de tanto rir, Manfrini enfileira atualmente um trabalho atrás do outro. Participou da segunda temporada do programa “A vila”, no Multishow; vai protagonizar “O dono do lar”, em março, no mesmo canal; foi o protagonista do terceiro filme brasileiro mais visto do ano, “Os farofeiros”; e se prepara para rodar um longa-metragem solo com Gogó, seu papel mais famoso. Em meio a tudo isso, dá um rasante aqui na Barra, no Teatro dos Grandes Atores, ficando em cartaz com o show “Fato venéreo”, até o dia 24 de fevereiro.


Aquele papo de “quem não tem dinheiro conta história”, que virou slogan do seu personagem, não cola mais não é Maurício Pereira Ribeiro?


“Primeiro que esse nome é muito feio, parece nome de proctologista. Vi um personagem do Lima Duarte que se chamava André Manfrini e adotei o sobrenome. Sobre o fato de estar com grana, realmente começaram a aparecer parentes que eu não via há muito tempo. Até a minha mulher começou a me tratar melhor”, brinca o humorista.


No show aqui na Barra ele dá uma repaginada no espetáculo “No gogó do Paulinho”, que ficou em cartaz durante nove anos e percorreu quase todo o país. “As pessoas me cobram histórias na rua, como o nascimento do Paulinho Dundum. Aí eu vou mudando o show. Conto também várias histórias novas, como por exemplo quando o Alexandre Frota veio me pedir um dinheiro e por aí vai”, resume.

Mas, afinal de contas, você deve estar se perguntando, por que morar num lugar tão distante de tudo isso. “Gosto de viver sossegado”, diz Manfrini.


O fato de ter sido vítima de um sequestro- relâmpago há dois anos, no centro de São João de Meriti, quando ficou sob a mira de pistolas e ainda teve o carro roubado, também contribuiu para a reclusão.


Mas a bordo de sua Cherokee, agora blindada, ele se manda para cá sextas, sábados e domingos, permanecendo até o fim de fevereiro, para dar vida ao personagem que mudou para sempre a sua trajetória...


“Fato venéreo”

Local: Teatro dos Grandes Atores. Avenida das Américas, 3.555.

Horário: Sextas e sábados, 21h, domingos, 20h.

Ingresso: R$ 70 (sexta e sábado)

e R$ 60 (domingos).


O ator na capa da edição impressa de janeiro


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