Downtown reúne 150 mil pessoas em oito dias de St. Patrick’s e faz a alegria do público, músicos e expositores do festival
Por Luiz Neto
“Eu estou tentando me recuperar ainda da porrada que foi esse evento, mas posso falar”. Foi assim que o chef Gustavo Falci, da Gustô Gastronomia, um dos expositores do St. Patrick’s Downtown, respondeu a mensagem de WhatsApp enviada para ele pela equipe da Folha do Bosque. O texto sugeria uma entrevista sobre a participação da Gustô no evento que reuniu cerca de 150 mil pessoas no centro empresarial, em oito dias. Durante dois finais de semana (de 17 a 20 e 24 a 27 de março), Falci só viu batatas, costela desfiada, queijo derretido e pão de alho na sua frente. Seu estande atendeu a um número impressionante de 500 pessoas por dia no St. Patrick’s.
”O Downtown lacrou. Esse St. Patrick’s é como um selo de garantia de que voltamos a ter grandes eventos”, disse o chef, que pagou R$ 7 mil pelo aluguel da barraca, vendia 150 kg de batatas diariamente e teve mais de R$ 60 mil de faturamento.
Com 24 expositores (sendo 17 cervejarias) e mais de 20 apresentações musicais, o Downtown fica com o Oscar de melhor evento da região, até agora, em 2022. Uma festa que, para muitos, lembrou a famosa celebração na Cidade do Rock. “Está quase do mesmo nível do Rock in Rio e melhor ainda: aqui posso trazer o meu pet”, disparou a jornalista e designer, Alana Rauber (foto acima, a esquerda), em um dos stories do Instagram da Folha do Bosque.
Os bebedores aniquilaram os estoques de chope verde de quase todas as cervejarias. Foi o caso da Confraria Paulistânia. “A quantidade que eu pedi de chope verde foi toda”, disse o dono da cervejaria, Guilherme Vohs, que vendeu 18 barris de 30 litros e faturou cerca R$ 23 mil.
Bem diferente do último St. Patrick’s ocorrido no Downtown, em 2020, quando no meio do evento foi decretado o lockdown devido ao surto de coronavírus. A Paulistânia estava presente na ocasião, assim como a Criatura Craft Beer, do cervejeiro Alexandre Eisesstein. Dessa vez, o dono da Criatura comemorou a venda de 800 litros de chope no primeiro evento sem a obrigatoriedade do uso de máscaras desde o início da pandemia.
“Esgotamos ainda todos os barris de duas cervejas que lançamos no festival. Uma Session IPA com maracujá e outra com manga”, conta Alexandre, que levou, digamos, o Oscar de efeito visual do St. Patrick’s com um spray de espuma de café que era colocado em algumas cervejas.
“A qualidade do público do evento também é excepcional”, elogia o chef da Gustô. “O cara não olha o cardápio, preço e fica calculando se pode dividir por dois. Ele chega e diz o que quer comer. Com isso, nós também colocamos a qualidade no topo”, explica Gustavo (foto acima, na sua barraca, com o ator Fábio Porchat). “Para completar, o Porchat ainda comeu aqui e disse que essa era a batata da vida”.
A ótima seleção das bandas também abrilhantou o evento e o Oscar de melhor show fica com a Vooduo (posando com o público na primeira foto - clique de Paulo César) de Gabriel Mezzalira (vocal e guitarra) e Rapha Harley (vocal e bateria). O som pesado e teatral da dupla parecia desabar do palco como um estrondo e rolava na direção do público feito uma bala de canhão. Mísseis do System of a Down, Foo Fighters, Gorilaz, Rage Against the Machine e outros pesadões levaram o público a loucura.
“Estávamos na expectativa desse show desde março de 2020. Nosso público veio em peso do Recreio, Santa Cruz, Campo Grande, Bangu e de toda a Zona Oeste para ver o show. A apreensão era grande, mas creio que acabamos fazendo uma apresentação especial”, avalia Gabriel, que cantou a última música nos braços do público. “Foi um momento de catarse, de explosão de emoções”, resume o vocalista. O batera Harley também desceu do palco com o bumbo, a caixa e o prato transformando o final do show numa apoteose.
Teve Oscar também de melhor guitarrista. Vai para Rafael Dias, o Gargamel (foto abaixo), que enfileirou riffs para delírio dos roqueiros do St. Patrick’s. Destaque para um medley de 12 minutos seguidos com os maiores clássicos do rock de todos os tempos. Uma explosão atômica com Hendrix, Zeppelin, Deep Purple, AC/DC e Metallica.
”Foi muito emocionante o retorno ao Downtown. Aquele palco é mágico. Já toquei no Brasil inteiro e ali tem uma energia especial”, revela Gargamel, que tocou durante nove anos com Celso Blues Boy e cinco com Danni Carlos.
Outro medley de arrepiar do guitarrista foi com os clássicos do cinema dos anos 80. Era a vez do público balançar ao som de Footloose, Ghostbusters, The heat is one, Power off love, entre outros petardos.
Gargamel ainda desceu do palco para dedilhar os acordes de Stairway to Heaven. Curiosamente, o guiarrista foi cercado por crianças que pareciam embevecidas com o clássico de Led Zeppelin.
A música boa está on. Viva São Patrício!
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